quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A relação ópio-CIA-Al Qaeda PARTE 3

A "Guerra contra o Terrorismo" pós 11 de Setembro
A tese de contra-ataque é uma mentira.

A CIA nunca cortou os seus laços com a "Rede Islâmica Militante". Há amplas provas de que a Al Qaeda se mantém um trunfo precioso das informações, apadrinhado pelos EUA.

A Al Qaeda é apresentada como o arquitecto do 11 de Setembro sem nunca se mencionar os seus laços históricos com a CIA e o ISI do Paquistão.

Embora a Al Qaeda se mantenha firmemente sob o controlo do aparelho de informações dos EUA, a administração americana tem declarado repetidas vezes que este "inimigo do exterior" atacará de novo, que um "segundo 11 de Setembro" acontecerá algures na América ou no mundo ocidental:

[há] "indicações que os próximos ataques… serão iguais ou ainda piores do que os ataques [de 11 de Setembro] …

E é bastante claro que a capital da nação e a cidade de Nova Iorque estarão em qualquer lista…"
(Tom Ridge, Natal de 2003).

"Vocês perguntam, 'É grave?' É, podem apostar a vossa vida. Ninguém faz isso a não ser numa situação grave". (Donald Rumsfeld, Natal de 2003)

"Relatórios credíveis indicam que a Al Qaeda está a avançar com o seu plano de realizar um ataque a grande escala nos Estados Unidos no intuito de dar cabo do nosso processo democrático… Isto são informações moderadas sobre os que querem fazer-nos mal… Mas todos os dias reforçamos a segurança da nossa nação". (George W. Bush, Julho/2004).

"O inimigo que atacou a 11 de Setembro está dividido e enfraquecido, mas mesmo assim é letal, mesmo assim está determinado a atacar-nos de novo". (Dick Cheney, Julho de 2006).

"Outro ataque [como o de 11/9] poderá criar uma justificação e uma oportunidade para retaliar contra alguns alvos conhecidos" (funcionário do Pentágono, citado no Washington Post, 23/Abril/2006)

"Incidentes graves que provoquem baixas"

O "incidente grave que provoque baixas" faz parte integrante da doutrina militar. A destruição e perda de vidas resultantes dum ataque terrorista servem para criar uma onda de indignação pública. Criam as condições de medo colectivo e de intimidação que facilitam a abolição das liberdades civis e a introdução de medidas de estado policial.

Os ataques de 11 de Setembro de 2001 ao World Trade Centre e ao Pentágono foram usados para galvanizar o apoio público para a invasão do Afeganistão, que ocorreu menos de quatro semanas depois. Sem apresentação de provas, a Al Qaeda, que alegadamente era apoiada pelo governo Taliban, foi acusada de ser a responsável pelos ataques do 11 de Setembro.

O planeamento dum importante teatro de guerra já estava em curso muito antes de 11 de Setembro. Embora as forças militares dos EUA já estivessem num "avançado estado de prontidão", muito antes dos ataques de 11 de Setembro, a decisão de entrar em guerra com o Afeganistão foi tomada na noite de 11 de Setembro e foi formalmente anunciada na manhã seguinte. Entretanto, a NATO invocou o Artigo 5 do Tratado de Washington e declarou guerra ao Afeganistão em nome de todos os estados membros signatários da Aliança Atlântica. A declaração de guerra da NATO, baseada no princípio de autodefesa, foi tomada nas 24 horas seguintes aos ataques de 11 de Setembro.

O Artigo 5 do Tratado de Washington foi invocado pela primeira vez a 12 de Setembro de 2001. Os aliados europeus da América e o Canadá ofereceram o seu apoio na sequência dos ataques terroristas de 11 de Setembro. A NATO assumiu a "Guerra Global contra o Terrorismo" lançada pelos EUA. Catorze estados membros da NATO enviaram tropas para o Afeganistão. (Ver NATO Review, Verão de 2006, http://www.nato.int/docu/review/2006/issue2/english/summaries.html )

Operação Northwoods

O "incidente grave que provocou baixas" desempenhou um papel crucial no processo do planeamento militar. Forneceu, aos olhos da opinião pública, o pretexto para entrar em guerra.

O lançamento de "incidentes como pretexto para a guerra" faz parte dos pressupostos do Pentágono. Na realidade faz parte integrante da história militar dos Estados Unidos.

Em 1962, o Estado-Maior apreciou um plano secreto intitulado "Operação Northwoods", para provocar deliberadamente baixas civis a fim de justificar a invasão de Cuba.

"Podemos fazer explodir um barco americano na Baía de Guantanamo e responsabilizar Cuba", "Podemos lançar uma campanha terrorista comunista cubana na área de Miami, noutras cidades da Florida e até mesmo em Washington", "as listas de baixas nos jornais americanos provocariam uma onda de indignação nacional muito útil". (Ver o documento Altamente Confidencial de 1962, agora revelado, intitulado "Justificação para a intervenção militar dos EUA em Cuba"; ver Operation Northwoods em http://www.globalresearch.ca/articles/NOR111A.html )

Alertas de terrorismo e incidentes terroristas

Para ser "eficaz", a campanha de medo e de desinformação não pode limitar-se apenas a "alertas" não consubstanciados de futuros ataques, também são necessárias ocorrências terroristas "reais" ou "incidentes" que dêem credibilidade aos planos de guerra da administração. A propaganda confirma a necessidade de implementar "medidas de emergência" assim como de efectuar acções militares de retaliação.

Tanto os alertas de terrorismo como os incidentes terroristas têm servido de pretexto para justificar decisões militares de longo alcance.

A seguir às explosões de bombas em Londres em Julho de 2005, foi dada a notícia que o vice-presidente Dick Cheney dera instruções ao USSTRATCOM para estabelecer um plano de contingência "para ser posto em prática como resposta a outro ataque terrorista tipo 11 de Setembro nos Estados Unidos". Implícita no plano de contingência está a certeza de que o Irão estaria por detrás de um segundo 11 de Setembro.

Este "plano de contingência" usou o pretexto de um "Segundo 11 de Setembro", o que ainda não tinha acontecido, para preparar uma grande operação militar contra o Irão, enquanto também se exercia pressão sobre o Teerão em relação ao seu (não existente) programa de armas nucleares.

O que é diabólico nesta decisão do vice-presidente dos EUA é que a justificação apresentada por Dick Cheney para entrar em guerra com o Irão assentava no alegado envolvimento do Irão num hipotético ataque terrorista à América, que ainda não tinha ocorrido:

"O plano inclui um ataque aéreo de grande escala ao Irão, utilizando armas convencionais e nucleares tácticas. No interior do Irão há mais de 450 alvos estratégicos importantes, incluindo numerosas instalações suspeitas de desenvolverem um programa de armas nucleares. Muitos dos alvos estão fortificados ou enterrados a grande profundidade e não podem ser atingidos com armas convencionais, daí a opção nuclear. Tal como no caso do Iraque, a resposta não está condicionada a o Irão estar mesmo envolvido no acto de terrorismo dirigido contra os Estados Unidos. Há notícias de que diversos oficiais seniores da Força Aérea envolvidos no planeamento ficaram chocados com as implicações do que andam a fazer – que o Irão está a ser armadilhado para um ataque nuclear não provocado – mas ninguém está preparado para prejudicar a sua carreira fazendo quaisquer objecções". (Philip Giraldi, "Attack on Iran: Pre-emptive Nuclear War" (Ataque ao Irão: Guerra nuclear antecipativa], The American Conservative, 02/Agosto/2005)

Devemos concluir que os estrategas militares dos EUA, da Grã-Bretanha e de Israel estão à espera de um segundo 11 de Setembro, para desencadear uma operação militar contra a Síria e o Irão?

O "plano de contingência" proposto por Cheney não se preocupava minimamente em impedir um Segundo 11 de Setembro. O plano Cheney baseava-se no pressuposto de que o Irão estaria por detrás dum Segundo 11 de Setembro e de que os bombardeamentos punitivos podiam ser activados imediatamente, antes de efectuada qualquer investigação, da mesma forma como os ataques ao Afeganistão em Outubro de 2001, alegadamente em resposta ao alegado apoio do governo Taliban aos terroristas do 11 de Setembro.

Vale a pena assinalar que não se planeia uma guerra em três semanas: o bombardeamento e a invasão do Afeganistão já tinham sido planeados muito antes do 11 de Setembro. Como Michael Keefer destaca num incisivo artigo crítico:

"A um nível mais profundo, isso implica que os 'ataques terroristas tipo 11 de Setembro' são reconhecidos pelo gabinete de Cheney e pelo Pentágono como meios apropriados de legitimar guerras de agressão contra qualquer país escolhido para esse efeito pelo regime e pelo sistema de propaganda-amplificação colectivo… "(Michael Keefer, "Petrodollars and Nuclear Weapons Proliferation: Understanding the Planned Assault on Iran" [Petrodólares e proliferação de armas nucleares: para a compreensão do ataque planeado ao Irão], Global Research, 10/Fevereiro/2006)

Desde 2001 que o vice-presidente Cheney tem vindo a repetir em diversas ocasiões o seu alerta de um segundo 11 de Setembro:

"O inimigo que atacou a 11 de Setembro está dividido e enfraquecido, mas mesmo assim é letal, mesmo assim está determinado a atingir-nos de novo". (Waterloo Courier, Iowa, 19/Julho/2006, itálicos nossos)

"Justificação e oportunidade para retaliar contra alvos conhecidos"

Em Abril de 2006, o (antigo) secretário da Defesa, Donald H. Rumsfeld, lançou um plano militar de longo alcance para combater o terrorismo em todo o mundo, com vista à retaliação no caso de um segundo grande ataque terrorista à América.

"O secretário da Defesa, Donald H. Rumsfeld, aprovou o mais ambicioso plano das forças militares para combater o terrorismo em todo o mundo e retaliar mais rápida e decisivamente no caso de outro grande ataque terrorista aos Estados Unidos ", segundo funcionários da defesa.

O há muito esperado plano de campanha para a guerra global contra o terrorismo, assim como dois planos subordinados também aprovados por Rumsfeld no mês passado, são considerados a mais alta prioridade do Pentágono, segundo funcionários familiarizados com os três documentos, que falaram sob condição de anonimato porque não foram autorizados a falar deles publicamente.

Os pormenores dos planos são confidenciais, mas na generalidade prevêem um papel significativamente alargado para as forças militares – e, em particular, uma força reforçada de tropas de elite das Operações Especiais – em operações contínuas para combate ao terrorismo a partir de zonas de guerra como o Iraque e o Afeganistão. Desenvolvidos durante mais de três anos pelo Comando Especial de Operações (SOCOM) em Tampa, os planos reflectem o reforço do envolvimento do Pentágono em domínios tradicionalmente da responsabilidade da CIA e do Departamento de Estado. (Washington Post, 23/Abril/2006)

Este plano assenta na possibilidade de um Segundo 11 de Setembro e na necessidade de retaliação se e quando os EUA forem atacados:

"Um terceiro plano estabelece a forma como os militares podem dificultar e reagir a outro grande ataque terrorista aos Estados Unidos. Inclui extensos anexos que propõem uma lista de opções para os militares retaliarem rapidamente contra grupos terroristas específicos, indivíduos ou estados patronos, dependendo de quem se julgue que está por detrás do ataque. Outro ataque poderá criar tanto uma justificação como uma oportunidade, que hoje não existem, para retaliações contra alguns alvos conhecidos, segundo funcionários antigos e no activo, familiarizados com o plano.

Este plano pormenoriza 'quais os terroristas ou mauzões que vamos atacar quando descalçarmos as luvas. Ainda não descalçámos as luvas', disse um oficial que pediu para não ser identificado dada a sensibilidade do assunto" (itálicos nossos, Washington Post, 23/ Abril/2006)

O pressuposto deste documento militar é que um Segundo ataque 11 de Setembro "que hoje não existe" criará de forma útil uma "justificação e uma oportunidade" para entrar em guerra com "alguns alvos conhecidos [Irão e Síria]".

A realidade das coisas é virada de pernas para o ar. A campanha de desinformação vai de vento em popa. Os meios de comunicação americanos e britânicos cada vez apontam mais para a "guerra preventiva" como um acto de "autodefesa" contra a Al Qaeda e os estados patronos do terrorismo, que alegadamente estão a preparar um Segundo 11 de Setembro. O objectivo secreto, através do medo e da intimidação, é construir a aceitação pública para a próxima fase da "guerra contra o terrorismo" no Médio Oriente, que é dirigida contra a Síria e o Irã.

O artigo completo está no link abaixo:

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