segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Recessão global dá as caras e pânico arrasa Bovespa;Wall St afunda com temores sobre crédito e recessão

A Bolsa de Valores de São Paulo enfrentou uma das piores sessões de sua história nesta segunda-feira, tendo que interromper os negócios duas vezes para conter o pânico dos investidores com o fantasma de uma recessão global.

Depois de ter chegado a desabar mais de 15 por cento, o que não acontecia há uma década, o Ibovespa suavizou parcialmente o movimento na última hora, após o anúncio de novas medidas anticrise do governo brasileiro e de Wall Street também amenizar o pessimismo.

No final, o Ibovespa diminuiu a queda para 5,43 por cento, para 42.100 pontos, o que não foi suficiente para impedir que o principal índice da bolsa paulista retornasse ao menor patamar desde março de 2007.

A forte volatilidade calibrou o giro financeiro para 5,27 bilhões de reais, mesmo num pregão em que os negócios ficaram suspenSos por mais de uma hora e meia devido à intervenção do circuit breaker.

Não bastasse o temor de quebradeira no sistema financeiro norte-americano, não estancado nem com a aprovação a um pacote de socorro na sexta-feira, os investidores abriram a semana tendo enfrentando duas novidades ainda piores: contaminação da crise na Europa e sinais cada vez mais evidentes de que a crise vai provocar recessão em 2009.

O socorro costurado no domingo pelo governo alemão para salvar a Hypo Real Estate da insolvência não conseguiu dispersar a crise de confiança do mercado com os bancos, setor que arrastou o principal índice acionário da região para uma queda recorde de mais de 7 por cento.

Em Wall Street, o índice Dow Jones desabou 3,58 por cento, caindo para o menor patamar em quatro anos.

Simultaneamente, Morgan Stanley e UBS Pactual engrossaram a fila dos bancos que já enxergam uma recessão global cada vez mais palpável em 2009.

Como desdobramento dessa análise, o banco suíço reduziu as previsões para os preços de commodities e, consequentemente, o preço-alvo das ações ligadas a metais e petróleo.

"A revisão para baixo dos preços das commodities e do crescimento global eram as últimas peças que faltavam para caracterizar o novo mundo menos positivo", disse Ronaldo Patah, superintendente de renda variável da Unibanco Asset Management.

Pressionada pela queda do preço do barril de petróleo ao menor patamar em oito meses, Petrobras cedeu 3,2 por cento, para 30 reais.

As bolsas norte-americanas despencaram pela quarta sessão consecutiva nesta segunda-feira, deixando o Dow abaixo de 10 mil pontos pela primeira vez em quatros anos, com temores de que a economia global está caminhando para uma recessão apesar dos esforços para conter o rápido avanço da crise financeira.

O índice Dow Jones perdeu 3,58 por cento, a 9.955 pontos. O Standard & Poor's 500 desabou 3,85 por cento, a 1.056 pontos. O Nasdaq mergulhou 4,34 por cento, a 1.862 pontos.

As fortes quedas vieram na primeira sessão completa desde que o Congresso aprovou o socorro de 700 bilhões de dólares no setor financeiro, com os empréstimos virtualmente paralisados e investidores mudando o foco para a degradação da perspectiva econômica e dos lucros corporativos.

Fonte: g1.globo.com

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